MEU AMOR PELAS ESTRELAS...



Stellarium




Olharmos para o céu e nos comover 
é o primeiro passo. 


Janine Milward




Olhar para o céu noturno é algo que sempre me comoveu, 
desde pequena, com meus irmãos e eu indo parar no alto da caixa de água, 
em noites escuras, para ficarmos conversando sob as estrelas .... 
e sobre as estrelas. 

 Naqueles tempos do passado - metade do século XX -, 
a Nova Friburgo que morávamos era ainda uma cidade de luzes poucas
 e voltadas, amareladamente pálidas,
 somente para o chão das ruas simples e provincianas, que bom.

Havia também um livrão antigo de astronomia, em francês 
(que mais tarde descobri que é uma verdadeira relíquia 
e que minha mãe deixou para mim, como herança:
Camille Flammarion, Astronomie Populaire, edição de 1922!),
 e sempre meus irmãos e eu estávamos folheando 
e lendo (tentando entender o francês aliado às fotos black and white, 
do passado, de mais de um século atrás!).

Olharmos para o céu e nos comover é o primeiro passo. 



O segundo passo é decidirmos se vamos ficar felizes e contentes 
dentro do Caos 
ou se vamos tentar trazer o Caos para dentro do Cosmos.,.
  Cosmos quer dizer ORDENAÇÃO
 e Caos quer dizer caos mesmo....
Acho que dá para começar tentando saber quem é quem
 - dentro das estrelas mais brilhantes, é claro, 
ou através pedacinhos de constelações
 (como o Cinturão de Órion conhecido como As Três Marias), 
ou mesmo através constelações inteiras 
(quem não sabe apontar para o Cruzeiro do Sul?).

Enfim, é preciso se estar em lugar de céu mais escuro e transparente,
 longe das luzes poluentes das cidades, grandes, médias, pequenas...

 Luzes são luzes em qualquer lugar 
e poluem nossa visão do céu estrelado, 
escondem as estrelas.

Com um abraço estrelado,
Janine Milward




Fonte da Imagem: http://www.atlasoftheuniverse.com/galchart.html Richard Powell.









Da Terra  ao Céu .......................
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................................   e ao Infinito ...................

PÁGINA AINDA EM CONSTRUÇÃO... e certamente assim continuará por um longo tempo... até que as 88 Constelações estejam prontas. Obrigada pela paciência, caro Leitor!


CONSTELAÇÕES, ESTRELAS E OBJETOS CELESTES
(sob o ponto de vista do Mundo Ocidental)
 SUAS HISTÓRIAS, SEUS MITOS, SEUS SIGNIFICADOS
E SUAS SINTETIZADAS DESCRIÇÕES

Reunião das Informações,
suas traduções para a língua portuguesa (quando necessário),
 Compilação bem como Comentários Pessoais:
Janine Milward




MEU AMOR PELAS ESTRELAS...

The Old Astronomer to His Pupil


Though my soul may set in darkness, it will rise in perfect light;
I have loved the stars too fondly to be fearful of the night.

 (traduzindo livremente) :

Apesar de minha alma permanecer na escuridão, ela ascenderá plenamente iluminada,
Meu amor pelas estrelas tem sido grande demais para que eu tema a (escuridão da) noite
.......ou .. para que eu tema a morte)."


Este poema é o grande companheiro das noites solitárias dos amantes das estrelas.

Momento de Reverência à Astronomia


Transcrevo o belíssimo poema de SARAH WILLIAMS
 que tão bem descreve o amor à Astronomia, o respeito à passagem do conhecimento do mestre para o discípulo, a tristeza do não-reconhecimento dos pares contemporâneos a respeito do trabalho realizado, a emoção de se unir ao mestre reverenciado e às estrelas quando chega o momento da morte... Morte que nunca é temida por todos aqueles que amaram a escuridão da noite e as luzes das estrelas...



The Old Astronomer to His Pupil


Sarah Williams

Reach me down my Tycho Brahe, I would know him when we meet,
When I share my later science, sitting humbly at his feet;
He may know the law of all things, yet be ignorant of how
We are working to completion, working on from then to now.
Pray remember that I leave you all my theory complete,
Lacking only certain data for your adding, as is meet,
And remember men will scorn it, 'tis original and true,
And the obliquy of newness may fall bitterly on you.

But, my pupil, as my pupil you have learned the worth of scorn,
You have laughed with me at pity, we have enjoyed to be forlorn,
What for us are all distractions of men's fellowship and smiles;
What for us the Goddess Pleasure with her meretricious smiles.

You may tell that German College that their honor comes too late,
But they must not waste repentance on the grizzly savant's fate.
Though my soul may set in darkness, it will rise in perfect light;
I have loved the stars too fondly to be fearful of the night.

...............


"Reach me down my Tycho Brahe, I would know him when we meet"

A poeta Sarah Williams nestes versos bem descreveu o sentimento do velho astrônomo em seu leito de morte, deixando seu conhecimento como herança para seu discípulo...

Ele pede ao seu discípulo para lhe trazer o retrato pintado de Tycho Brahe, o grande mestre astrônomo anterior a Kepler, a Galileu....para reconhecê-lo quando se encontrarem... E o velho astrônomo tem certeza de que – apesar de Tycho Brahe saber a lei sobre todas as coisas, ainda assim não sabe o que o velho astrônomo já acumulou de conhecimentos, dando continuidade ao trabalho da astronomia desde aquele tempo mais antigo até aquele momento...trabalho esse que, humildemente, o velho astrônomo anseia por compartilhar com o antigo mestre..... Essa é a primeira estrofe.

A segunda estrofe começa com o velho astrônomo deixando como herança ao seu discípulo sua teoria já completa, ao mesmo tempo que fazendo seu herdeiro saber que a esta teoria ele deverá acrescentar mais e mais informações. E o avisa: os homens zombarão dele – apesar de sua teoria se provar original e verdadeira. E sentencia: a ignorância em relação ao novo conhecimento cairá como fel sobre o discípulo.

Na terceira estrofe e nos dois primeiros versos da quarta estrofe, o velho astrônomo devaneia sobre as zombarias e o não-reconhecimento que o discípulo teve oportunidade de vivenciar junto ao seu mestre e sobre o bom-humor e temperança com que ambos tiveram que enfrentar tais vicissitudes...... Também assinala que qualquer honraria agora chegaria tarde demais...


Os dois últimos versos da última estrofe são de uma beleza ímpar:

"Though my soul may set in darkness, it will rise in perfect light;
I have loved the stars too fondly to be fearful of the night."


Assim, o velho astrônomo termina sua vida dizendo (traduzindo livremente) :

"Apesar de minha alma permanecer na escuridão, ela ascenderá plenamente iluminada,
Meu amor pelas estrelas tem sido grande demais para que eu tema a (escuridão da) noite
.......ou .. para que eu tema a morte)."


Esse último verso tem sido o grande companheiro de todos aqueles que amam verdadeiramente as estrelas, sejam astrônomos ou não....

Com um abraço estrelado,
Janine Milward



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FONTES:

The Old Astronomer to his Pupil
- Poema de Sarah Williams
"Best Loved Poems of the American People"
Hazel Felleman, ed. Garden City Publishing Co.
Garden City, NY. 1936, pp. 613-614
http://www.3ap.org/sarahWilliams.shtml




ATLAS DO UNIVERSO
This website belongs to Richard Powell.
http://www.atlasoftheuniverse.com/galchart.html



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